Mais uma história apimentada misturando Lula e caixa 2. Foi publicada em 4 de agosto de 2005, pelo jornal O Estado de S. Paulo. Diz respeito a uma entrevista do presidente ao Programa do Ratinho, do SBT, em 2004. A aparição de Lula na televisão teria sido comprada com R$ 2,1 milhões do valerioduto. O dinheiro viabilizou um acerto entre o deputado José Borba (PMDB-PR), aliado do governo, e o apresentador de televisão Carlos Roberto Massa, o Ratinho. As partes negaram. Dias depois Borba renunciou ao mandato.
Um caso intrigante, o da exoneração de Márcio Araújo de Lacerda, secretário-executivo do ministro Ciro Gomes. Lacerda estava na lista de sacadores de Valério, agraciado com R$ 457 mil. O dinheiro foi usado para pagar os serviços publicitários de uma agência que trabalhou na campanha de Lula, no segundo turno de 2002. A eleição de Lula, portanto, teve dinheiro de caixa 2. O caso repercutiu durante o depoimento do tesoureiro Delúbio Soares à CPI do Mensalão. Eis o diálogo travado entre Delúbio e o deputado Júlio Redecker (PSDB-RS):
– O dinheiro foi enviado para Ciro Gomes?
– Sim.
– Pagou despesas de campanha de Ciro ou Lula?
– De Ciro.
– Mas Ciro disse que foi serviço prestado pelo marqueteiro dele no segundo turno à campanha de Lula.
– Não foi. O dinheiro pagou serviços prestados pelo (publicitário) Einhart à campanha de Ciro no segundo turno.
– Mas Ciro não foi candidato no segundo turno. Ele apoiou a candidatura Lula.
– O Einhart trabalhou com o Duda Mendonça. Eles filmaram o Ciro para o programa de Lula no segundo turno. O dinheiro pagou despesas que o Ciro teve no segundo turno.
– Então o dinheiro de Valério, de caixa 2, pagou despesas de campanha de Lula no segundo turno.
Delúbio silenciou.